terça-feira, 5 de maio de 2009

Meditação de um 5° Kyu - Sefirat ha Omer 2009 - Dia 27

"Aikido é União"
Vínculo na Tolerância

TENKAN – Mudar, rodar. Movimento rotativo usado para dissipar a força do oponente.

TAI NO TENKAN – Ou simplesmente Tenkan. Qualquer exercício de rotação do corpo com a finalidade de aplicar uma técnica de defesa. Neste exercício o Nage executa uma rotação brusca sobre o pé onde se faz sentir a força do atacante.

Particularmente (interpretação minha), eu diria que tenkan representa a técnica ZERO, do aikido, pois representa a essência dos ensinamentos de O-Sensei no que diz em "dissipar" a energia do inimigo, absorver a energia oponente e devolvê-la como uma energia construtiva. Através de uma rotação. Através do círculo. Dado isso, chega-se a conclusão da associação do círculo com o número zero.

Zero representa o não-ser, a não-existência, a não-manifestação, o ilimitado, o eterno. Para Pitágoras a forma perfeita, a mônada. O ser adnrógino, completo. Antes do Um, há somente o vazio e a não-existência, a idéia do "último mistério", do absoluto imcompreensível. Para a Bíblia: "No início era o Verbo". Para os Hindus: "Om" a palavra primordial. Para os Gregos: Ouróboros (a serpente que morde a própria cauda) representando o microcosmo e o mundo além do material.

Essa rotação, esse giro, representa a forma perfeita,portanto a perfeição dentro do aikido. Já li em vários fóruns discutindo se o Irimi nage do Steven Seagal seria mais eficiente do que o de Sensei Christian Tissier pelo primeiro ser direto e o segundo utilizar de tenkan.

Vamos aos fatos: Sensei Christian Tissier realiza os dois Irimi Nage. Omote e ura. Sem e com tenkan. Cada situação determina a utilidade de cada tenkan. Então, creio que a discussão encerra-se aí. Quero abordar que, visualmente, quando se realiza tenkan para realizar alguma defesa, é notório, a beleza estética do que é visto. Ora, Platão já dizia que a beleza no mundo material só é uma mera representação da verdadeira beleza do mundo das Idéias. Então a beleza, que para nós (ignorantes) é estética, representa algo mais belo no mundo das idéias, ou seja, no momento de um tenkan bem realizado estamos presenciando simbolicamente a perfeição ideal na forma material. Seja ela amor, dedicação, grandeza, poder, etc.

Tenkan aliado aos outros cnico princípios representa a manifestação do kami no aikido. E como é a forma perfeita ela neutraliza o ataque, não por ele não ter sido bem executado e sim por ele, não sendo a perfeição, é distituído de sua falsa realidade. A sombra desaparece perante a luz. O "oposto" é neutralizado perante o tenkan.

Fisicamente falando, com tenkan, temos duas forças atuando a centrípeta (com o nage direcionando um dos vetores de nage para dentro) e a força centrífuga (como resultante da tangente criada pelo círculo de nage sobre uke). Óbvio que se soltarmos o uke, o mesmo será jogado para fora do círculo (engraçado como alguns físicos dizem que a força centrífuga é na verdade uma pseudo-força... a controvérsias..). Porém como a idéia é a harmonia Nage compensa esas força com a força centrípeta representando a força do amor para com uke. O Amor (representando a gravidade) não deixa uke escapar da esfera de nage. Temos então um reflexo do movimento dos planetas num simples, e belo movimento básico (porém avançado ao aplciar-se) do aikido.

Viagem? Sim? Não? Talvez? Independente de sua opinião, quando nage, vizualize-se como o sol, tendo uke como o planeta Terra. O Sol não está tão longe a ponto de deixar a Terra esfriar nem tão perto a ponto de queimá-la. Creio que esta seja o estado de espírito quando se raliza o tenkan. Mas é só uma mera opinião.

Onegai shimasu.

"Se as pessoas são boas apenas por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo desprezível" Einstein, 1950

Um praticante Zen foi à Bankei e fez-lhe esta pergunta, aflito:"Mestre, Eu tenho um temperamento irascível. Sou às vezes muito agitado e agressivo e acabo criando discussões e ofendendo outras pessoas. Como posso curar isso?""Tu possuis algo muito estranho," replicou Bankei. "Deixe ver como é esse comportamento.""Bem... eu não posso mostrá-lo exatamente agora, mestre," disse o outro, um pouco confuso."E quando tu a mostrarás para mim?" perguntou Bankei."Não sei... é que isso sempre surge de forma inesperada," replicou o estudante."Então," concluiu Bankei, "essa coisa não faz parte de tua natureza verdadeira. Se assim fosse, tu poderias mostrá-la sempre que desejasse. Quando tu nasceste não a tinhas, e teus pais não a passaram para ti. Portanto, saibas que ele não existe."

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