quarta-feira, 15 de abril de 2009

Meditação de um 5° Kyu - Sefirat ha Omer 2009 - Dia 07

"Aikido é Amor"
Nobreza na Bondade


A honra para os samurais era uma questão de vida e morte. Vivia-se com honra e morria-se com honra. Um ato desonroso era visto como um ato violento contra a alma do samurai. Dedicava-se cada gesto cotidiano de forma a ser belo, eficiente e honroso. No aikido a premissa é exercitar as técnicas (as interações entre praticantes e mestres inclusas) com beleza estética, eficiência e honra tanto na hora de ser uke quanto nage. É desenroso para o Nage o Uke que não entrega-se totalmente e inversamente desonra para o uke um nage que não entrega-se na defesa. No último treino eu fui desonroso tanto como nage quanto como uke. Minha técnica não estava fluida (normal, com treino melhora) porém após o incidente da minha mão passei a escapar de todos os ataques sem devolver o amor/energia que estavam-me sendo entregues. E após isso como uke, não entreguei meu corpo (mesmo machucado) ao meu nage. Não aplicava o ataque com toda a minha energia (estava poupando-a para não deixar a mão machucar-se ainda mais).

Mas e se fosse numa situação real de vida e de morte? Por mais cansado que estivesse deveria lutar por minha vida até a última gota de energia. Assim como para defender àqueles que amo. Já se ouviu falar de mães que levantam carros para tirar seus filhos que estivessem embaixo daqueles. Então um machucadinho na mão não seria impedimento para um ataque ou defesa apropriados.

Isso sem falar de outros atos desonrosos que faço, infelizmente todos os dias, pois mesmo não praticados fisicamente eles iniciam-se na mente. Podem não serem materializados , mas existem no plano mental. Faço este sefirah como um seppuku, um harakiri. Morro a cada dia destas meditações para renascer com novas condições de fazer o ato certo. O pensamento correto, da maneira correta e da intensidade correta. Pois uma vida desonrosa pode ser eliminada a qualquer hora, basta querermos, e renasceremos com condições de nos tornarmos mais puros e iluminados, embebidos da nobreza de ser honrado.

A nobreza não vem da cor da faixa, da força, do tamanho, ou qualquer outro aspecto material/físico. Ela surge no atma, na mônada, no mais alta honra de nossos espíritos.
Espero que a partir desse meu harakiri mental eu renasça com a certeza de que nada me separa do Buda/Cristo/Kami. Já tenho um lampejo disso. E comemoro/louvo aos céus por ainda nesta vida (já que não me lembro das outras) ter as condições mentais (pois as físicas eu tenho) de querer me tornar alguém melhor do que fui ontem.


E querer é poder.

Onegashimás.

Mu!!!

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